segunda-feira, 25 de novembro de 2013

A fé do ceticista

De joelhos
sobre o assoalho de um velho cômodo
Dou e sou
voz dos ensejos que me cegam
da esperança que se desespera
na intenção de legitimar-se real
Oh pai
Oh céus.

Ergo minhas mãos
acato à devoção
não há toque
não sopra o vento
ninguém ouve
ninguém vê
É para eu sentir apenas

A graça
a qual julgo inacessível pela vida dos mortais
é posta em contrapeso às promessas
às matérias todas
à abdicação
o preço da minha inutilidade
é eu desfazer-me por outra inutilidade
sou um produto de discursos
sou um mercado para ideologias

minhas preces
são subterfúgios para nós que eu mesmo posso desatar
a voz que indaga as conquistas
não se proclama pelo o que não é palpável
pois o cheiro de deus escorre em minha pele na forma de suor
pois o templo sagrado é minha própria cabeça

Em meu nome
Em meu nome de novo
E do meu nome novamente
Amém