Às costas perfuradas
buracos frescos expõem a suculência de uma carne doída
banhada no ardor de minhas veias expostas
feridas e vísceras que respingam o inesperado
arapuca fora de vista, fora de tempo
executada ao silenciar do fim de um show
E de joelhos firmo a palma dos pés que outrora flutuaram
do chão não passo
porque não vou cair agora
no meu peito levo a malícia
e em minhas mãos carrego o meu machado
trago na vermelhidão dos olhos a incumbência
irreparável dos dias tortuosos
caminharei mancando às dores de longos passos
e no momento exato golpearei certeiro a justiça de xangô