Efígie, esboço
padrão, representação
que foi, que é e que quer
pedaço de parte que some
na terra que come pra desvanecer
Lado de gente, instigante
homem, humano e Caetano
na forma em que cobre o restante
sustentando pompas
do peso e do alcance de ser propaganda
Ah, se não houvessem espelhos
não sei o que seria do brilho de quem tem medo de mostrar-se
e nem como viriam à nós na pureza de ser
e os olhos cobertos de um realismo radical
e a força do espaço que é retrato de quem o ocupa
contra o peso do sujeito
que também é consumido por tudo o que chama de seu
domingo, 19 de junho de 2016
quarta-feira, 8 de junho de 2016
Manoel dos Santos, nº 415
Meus sonhos
meus medos
meus erros
a cama vazia da criança que eu era
retratos, lembranças e objetos
Pai na sala
mãe no serviço
irmã distante
irmã no quarto, dando vida à puberdade
a mesa posta está vazia
o jantar é a sós pra saciar a pressa de ser
pra ser e poder ter
e que não permite nos unirmos frente ao pão
Um risco torto no chão
contínuo e constante
meu pedaço de caos à casa da misericórdia
onde o pai é guardião e protege os filhos a qualquer custo
onde a paz e o frio dos cômodos de pedra invadem minha pressa
e aniquilam meus sentimentos autodestrutivos
O único ar capaz de me curar da abstinência da loucura
desse mundo tão cruel
que me levou ainda jovem para brigar por um lugar
e quando perco sempre volto
quando dói é aqui que venho
para os braços de quem me trouxe ao mundo
para a casa que firma meus passos trôpegos
meus medos
meus erros
a cama vazia da criança que eu era
retratos, lembranças e objetos
Pai na sala
mãe no serviço
irmã distante
irmã no quarto, dando vida à puberdade
a mesa posta está vazia
o jantar é a sós pra saciar a pressa de ser
pra ser e poder ter
e que não permite nos unirmos frente ao pão
Um risco torto no chão
contínuo e constante
meu pedaço de caos à casa da misericórdia
onde o pai é guardião e protege os filhos a qualquer custo
onde a paz e o frio dos cômodos de pedra invadem minha pressa
e aniquilam meus sentimentos autodestrutivos
O único ar capaz de me curar da abstinência da loucura
desse mundo tão cruel
que me levou ainda jovem para brigar por um lugar
e quando perco sempre volto
quando dói é aqui que venho
para os braços de quem me trouxe ao mundo
para a casa que firma meus passos trôpegos
domingo, 5 de junho de 2016
Âmbar, cor de emaranhados
Passa em frente
o futuro despido de amarras
saia curta, cabelos soltos
irresponsável, provocante
insustentável
o que jamais poderei chamar no íntimo
Paira ao lado o passado
memória coercitiva que põe de pés juntos
a dançar estático a música que sonhamos compor
na sinfonia do silêncio que comove
gutural dos olhares
na dor de lembrar o que suprime a sede de nós
Frio na barriga acusa o perigo
de ser e estar e onde devir
sem pensar em ver porquês
no horizonte a se perder
nos fazer rir de nós mesmos
buscando a cura para o que não há de ser curado
o futuro despido de amarras
saia curta, cabelos soltos
irresponsável, provocante
insustentável
o que jamais poderei chamar no íntimo
Paira ao lado o passado
memória coercitiva que põe de pés juntos
a dançar estático a música que sonhamos compor
na sinfonia do silêncio que comove
gutural dos olhares
na dor de lembrar o que suprime a sede de nós
Frio na barriga acusa o perigo
de ser e estar e onde devir
sem pensar em ver porquês
no horizonte a se perder
nos fazer rir de nós mesmos
buscando a cura para o que não há de ser curado
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