sexta-feira, 22 de agosto de 2014

Gravata

Meus demônios me assombram
Sem tréguas nem piedade
Num assédio onipotente 
Que não dá brechas para nenhuma relutância

Não há válvula de escape que console minha culpa

quinta-feira, 7 de agosto de 2014

X

Na alcunha das funções não há nada que se emparelhe de maneira digna
Nenhuma auréola para cobrir nossas cabeças
Nenhum discurso para inspirar
O poder que envolve é e sempre será pessoal

Por séculos nos estapeamos
Por séculos mergulhamos mar adentro em concepções que não nos cabe vivê-las
Responsabilidades pra que ? por quem ?
Qual meu papel na continuidade dessa trama ?

A engrenagem nos faz prisioneiros de seus giros infinitos
O circo já estava armado muito antes da fecundação
Corra por qualquer canto que lhe faça sentir livre
Mas não se esqueça jamais das rédeas que o tempo toma conta

Ofício nenhum escapa
Palavra nenhuma explica
Cabeça nenhuma entende
Mil e uma teorias estagnadas em um único ponto de interrogação