sexta-feira, 8 de junho de 2018

3 de fevereiro

Dedicado aos 13 estudantes processados pela reitoria na ocupação da UFTM no ano de 2014.


Punho que ergue trêmulo
balança braço, peito e estruturas
soca o ar, viril
penetra pujante o inconsciente
crente e inconstante
incerto mas ereto
pois sabe que pode sim
crescer uníssono
pelas bocas que nunca se calaram
enunciando o prelúdio de um caminho cheio de miragens
pintando de sonho os muros institucionais
o tédio do prédio que no tempo parou
sem cor, sem vida, sem representatividade
escondendo das ruas as portas para a liberdade
fazendo-se grande com muito ao pouco
até que por pouco não acabou

Ontem à noite eram bandidos
ao relento de um centro (educacional?)
dormindo juntos e cantando roucos entre embargos

Haveria de ser

Abelhas polinizadoras fecundaram a flor feia de Drummond
aquela que rompeu o ódio, o nojo e o asfalto
e na lavra da terra fértil do que há de ser
corpos desabrocham em ideias
brotam de raízes fortes
ocupam terra que é do povo
por gente que nem sabe a o que pertence
resistindo ao não
lutando contra o senhorio
não deixando o medo
e
finalmente, podem ver nascer a fruta
e
provar o gosto doce
da UNIVERSIDADE que queremos ser.