Para Paulo Vasconcelos,
Leve a carne que fala
Leve as relações da carne que fala
Almeje ameaças
disparate e quase disparos
pelas costas
com tijolos que constroem muros ignorantes
Se feche na pele que te faz escudo
nos mártires de achares que pode tudo
contra deuses
e
profetas
das falas opostas
civis, pobres e meros
Carne pra ser passada pela língua comprida,
falácias
pele que habita o zé
caixa craniana vazia
insuficiência
que faz querer ameaçar
o que não é possível de se compreender
Leve os materialismos todos
com corpo e sangue, vontade e utopia
mas me deixe apenas andar por aí
um segundo qualquer, sozinho
com minha camiseta vermelha e minha vontade de achar que este é o caminho.