Cede teu ventre à luz
à revolução da vida
do tempo
da nossa passagem
e traga o novo
para a espreita de quem há de se recolher ainda
Cede teu corpo como sombra
como casa e primavera
das flores que brotam do asfalto
na irresponsabilidade de quem quer vir à este mundo
Cede teu sangue e tua carne
deixe rasgar-te as 7 camadas
do elo que separa a gestação da vida em terra
irrigando ocitocina em teu colostro
no milagre que homem algum jamais terá o privilégio de viver
Dê tua fartura que jorra
de seus seios
para a vida
indefesa
parida de sua matéria
Reverências ao sagrado feminino
às preces que transcendem o torso
instintos
sentimentos inexplicáveis
do sexo e da multiplicação.
Minhas preces, Mãe.