sexta-feira, 24 de março de 2017

Última fresta aberta

Escarra tua alma e vem pro show
nú, da própria sorte em revelia
bailar o gosto amargo que escorre dos centros
e só, completamente só
turvo
ver a gira girar

Arrasta teu nariz na mesa
na sala
na própria casa
em confronto ao pudor
rompido
sem chances para remediar o que há de ser o depois
enquanto cobre-se de provações que rezam a fé da libertinagem

Santo demais
é pouco
causa e casa perdidas
deuses mutilados
braços nulos e cruzados à salvação
apatia, aceitação ao caos cumulativo

Dos dizeres aos saberes vozes cintilam
em consonância
pedem a ida
apelam o resguardo
cuidados e tratos que me façam sujeito direito

Provocações
ego, destino e sonhos
investidas que apelam ao âmago do sistema nervoso
e nos trazem a aceitação da miséria e força
suporte ao descaso na subida da escadaria