Barriga cheia não põe a mesa
não corre às beiras com os pés descalços
pede e pode o tudo em todo
sempre muito
muito e sempre
sorri solene os dentes brancos
brinda imenso aos copos cheios
no desperdício do sol que nasce e não arde a pele
em regimento estético
às lágrimas da demasia
do marasmo
do gosto do tempero pronto
Viva a fome que faz tremer
o corpo
a vida e a verdade
antagônica
propulsora de vontades
das desgraças e dos reveses
de quem clama a luz do dia
o querer e a sorte do novo
e vê na falta
a fartura das coisas boas da vida.