sexta-feira, 7 de outubro de 2016

Filho (a)

Eu, 
tolo
pequeno
mergulhei
no mar de ondas 
que só vão
pra longe
pra baixo
onde é gelado
escuro

Beba da sorte 
da vida constante
não durma em reveses que lhe acometam
e nem tente ser poeta
respire sempre fundo e eu me farei presente
pela sua carne viva
passos
e palavras

Se esvai o caos
vem o silêncio 
pra cantar o nascer
da flor irresponsável que resiste em brotar 
na dureza de tempos difíceis

Lá no oeste
onde se põe a lua
o breu vai embora
pela luz do sol que nasce e vem do leste

Me ponho como um satélite
em meu tempo
sob a égide de meus giros
pela força de minha órbita
não tente entender
apenas me perdoe.