Subir e planar
Descer e flanar
quarta-feira, 19 de outubro de 2016
Vazio propulsor
Barriga cheia não põe a mesa
não corre às beiras com os pés descalços
pede e pode o tudo em todo
sempre muito
muito e sempre
sorri solene os dentes brancos
brinda imenso aos copos cheios
no desperdício do sol que nasce e não arde a pele
em regimento estético
às lágrimas da demasia
do marasmo
do gosto do tempero pronto
Viva a fome que faz tremer
o corpo
a vida e a verdade
antagônica
propulsora de vontades
das desgraças e dos reveses
de quem clama a luz do dia
o querer e a sorte do novo
e vê na falta
a fartura das coisas boas da vida.
sexta-feira, 7 de outubro de 2016
Filho (a)
Eu,
tolo
pequeno
mergulhei
no mar de ondas
que só vão
pra longe
pra baixo
onde é gelado
escuro
Beba da sorte
da vida constante
não durma em reveses que lhe acometam
e nem tente ser poeta
respire sempre fundo e eu me farei presente
pela sua carne viva
passos
e palavras
Se esvai o caos
vem o silêncio
pra cantar o nascer
da flor irresponsável que resiste em brotar
na dureza de tempos difíceis
Lá no oeste
onde se põe a lua
o breu vai embora
pela luz do sol que nasce e vem do leste
Me ponho como um satélite
em meu tempo
sob a égide de meus giros
pela força de minha órbita
em meu tempo
sob a égide de meus giros
pela força de minha órbita
não tente entender
apenas me perdoe.
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