terça-feira, 10 de maio de 2016

10/05

Não a tenho à celebrar
Nem por ouro a me pintar
Passo longe e voo esquivo
Fortuito à espera

Olhos de céu que se marejam
vida bela de pureza
colchão de paz pra quem é caos
embargo ao mal de quem lhe traz

Gira a terra
gira o mundo
gira tudo e gira eu
aponto agora longe o que tocava os meus dedos
aplaudo distante sem a chance de ser ouvido

Mas receba minhas preces
de bom grado e coração
aceite minhas palavras que se fazem ponte ao meu querer
e por querer e não poder só me restam estas linhas
a incerteza e o papel branco pra falar o que não cabe mais em mim

Não há dia que não seja seu
mesmo no minuto em que você se perder
não há alma que não se renda
pois tudo acalma e se põe a admirar
a eloquência de suas asas pelo corpo à voar
o magnetismo envolvente que reflete o azul do seu olhar