sexta-feira, 4 de março de 2016

Culpa à dois

Acho triste como tudo se repele
e como partem pro depois
indo ao nada
para que dele venha a voz que possa reger ao além
para pregar o desapego
sem sentir-se independente
por os pés pelas mãos forçando a liquidez

O discurso indesejável de amor
não falou dos esquecidos
fez do outro a ruindade, fez-se oposto a verdade
engrandeceu a vasão da dor justificando assim o fim
absteve-se à própria culpa esperando vir de fora
um intermédio que botasse o outro corpo a se mover
sucumbiu à inanição presunçoso de si mesmo
pecou em egoísmo ao esquecer-se do que também não pôde ser