sexta-feira, 27 de novembro de 2015

para a posteridade

Meu peito bateu forte
na mais grave nota que um tambor pode ecoar
bateu de acordo com meus traços
como a barba rala e loira que transborda no caos da minha face

Escorreu lisérgico o combustível
em gotas d'alma que pingaram frenéticas
uníssonas ao esforço do peito e da cabeça
com um peso muito grande para se guardar dentro

Não coube em mim a quietude
que mentiria se falasse com o silêncio
as palavras que me faziam intenso
e derretiam todo meu eu

Somente daqui muito tempo
saberei a contraposição do feeling dos corpos
entre o corpo que serei pelo corpo que sou
pra ser capaz de poder medir o peso desta memória


quarta-feira, 11 de novembro de 2015

0 g

A leveza é muito mais
é inconstância de matéria que vai
pra lá
pra cá
sem atrito de corpos
dançando no tempo dos ventos

É ronco de fome que arde
que ecoa na dúvida e na incerteza da consumação
um prato vazio
pra gente vazia petiscar