sexta-feira, 14 de agosto de 2015

Identidade

Na vulnerabilidade de uma estima perecível
Sob um peso que instiga qualquer controle
Estabelece-se ofegante o corpo que grita em silêncio
Enquanto eclode, internamente o conflito dos sentidos e dos porquês

O que se era, em combustão
Pela sina do novo, pelo o que há de ser
Do que um dia foi tragédia
E que outro dia repetiu-se como farsa

Como a constância das mudanças da lua
Suas idas e vindas arrebatadoras
Sua extraordinária lição de resistência 
Que faz com que seu brilho mostre que ela ainda continua a mesma

Pelas entranhas que suscitam os dramas
e faz valer a apreciação da própria existência
Todas as brechas preocupantes
Todas as chances de poder experimentar-se

Na companhia de si só
Em um processo transitório que nos leva novamente a nós mesmos
De onde nunca pudemos sair 
Mesmo quando nos ausentamos da própria consciência

Uma reversão de antagonismos que aflige o que somos
Nas premissas confusas da mutabilidade que se faz necessária 
Pra que se entenda o movimento de todas as contrações 
Que provam que a dor é um dos melhores remédios pra se sentir vivo