Sob um peso que instiga qualquer controle
Estabelece-se ofegante o corpo que grita em silêncio
Enquanto eclode, internamente o conflito dos sentidos e dos porquês
O que se era, em combustão
Pela sina do novo, pelo o que há de ser
Do que um dia foi tragédia
E que outro dia repetiu-se como farsa
Como a constância das mudanças da lua
Suas idas e vindas arrebatadoras
Sua extraordinária lição de resistência
Que faz com que seu brilho mostre que ela ainda continua a mesma
Pelas entranhas que suscitam os dramas
e faz valer a apreciação da própria existência
Todas as brechas preocupantes
Todas as chances de poder experimentar-se
Na companhia de si só
Em um processo transitório que nos leva novamente a nós mesmos
De onde nunca pudemos sair
Mesmo quando nos ausentamos da própria consciência
Uma reversão de antagonismos que aflige o que somos
Nas premissas confusas da mutabilidade que se faz necessária
Pra que se entenda o movimento de todas as contrações
Que provam que a dor é um dos melhores remédios pra se sentir vivo