domingo, 1 de março de 2015

Corpo insalubre

O mundo que cabe em meus olhos há de explodir
Permeado por visões que absorvem ódio
Enfraquecido por abstrações que levam embora a minha plenitude
Tudo o que me confunde expressa-se pela contração de minhas pálpebras

Sobre o que ouço
bastam os nomes que aclamo quando ecoam em minha presença
As vezes em que uma simples vírgula acaba soando como insulto
Ou do ponto final colocado no lugar errado

Que os enfermos que me afligem extinguam-se
Que a sina de dedo podre não se faça mais valer
Quero uma folha em branco
Quero uma página para escrever

Pra que seja bonito o sentido de se viver
Por algo belo que se possa ter
Por um orgulho que seja sadio e não me deixe destruir o que tenho
Pelo encaixe perfeito entre alguém, meu braço e meu peito