sábado, 25 de janeiro de 2014

Íris celeste

Estupenda como marca.
Simplório. Maravilhoso.
Do jeito mais difícil.
Parabéns.

É como se eu pudesse entrar.
É como se eu pudesse mandar.
Tenho conhecimento, aprecio a forma.
Sou é leigo acerca de modos.

Em termos, não era pra ter sido.
Culmina agora apenas pela minha insistência.
Pobre homem que sou, um devaneio por uma vontade.
Apenas pra provar.

Mas é assim.
Como um aroma que nos põe em busca do impossível.
O gosto agrada.
Que seja farto meu banquete de você.

terça-feira, 21 de janeiro de 2014

Suspiro de cult

Uma boa pose.
Um bom enquadro.
Foco dado no carro-chefe da beleza.
Pronto, eis aqui sua imagem.

Qual será seu discurso ?
Tente parecer justo.
Flerte com a honra.
Evite exteriorizar um provável discurso de ódio.

Agora pense em como você irá atrair.
Não esqueça do renome dos compartilhamentos e das exposições de opinião.
Essa é a isca.
Você vai fisgar e vai comer o peixe.

Barriga cheia.
O objetivo acerca da sua personalidade está cumprido.
Belo, seguro, nobre.
Um puta rapagão.

Como negar um espelho perfeito ?
A exposição sempre revela nossas antíteses.

domingo, 12 de janeiro de 2014

Troféu de estante

Que o próximo desdém seja aceito mediante pressão.
Que as corjas que insultam sejam pensadas.
Não vale a pena.
Não vale a pele que habita.

Nos cantos das juras de honrarias.
Onde a fala se estende pelas tentativas de provação.
Você debocha de sua própria existência ao tentar alimentar o seu fracasso.
A sina de insistência se provou pelo primeiro que passou e persuadiu.

Considere uma escada.
Considere uma queda.
Considere-se sóbrio.
Considere-se farto.

Sóbrio de problemas.
Farto de impaciência.
A atração lhe instiga.
A busca preenche o buraco que tua mente é.

Abaixe o braço e aperte sua mão.
Esta que lhe calça pertence ao sujeito que substitui.
Pertence à quem cruzou sua mira e subitamente foi alvejado.
Perambule pelos quatro cantos que for. Não importa.

Enquanto você permanecer imersa no oceano que habita sua cabeça,
a vida insistirá em lhe afogar.

sexta-feira, 10 de janeiro de 2014

Branca como a neve

Vejo em sua face a tentativa de um tiro.
Pelos instantes  marcantes de seu teatro.
A oportunidade de um arremate.
O cheiro de desespero cravado em suas palavras.

Continue.
Encontre o nada.

quinta-feira, 9 de janeiro de 2014

Amor, ódio, amor

A fraqueza da carne me faz sucumbir
Sua beleza me irrita
É descontrole que ascende em meus olhos
Por sua destreza astuta na arte de seduzir

O limbo é escuro como forças que nos cercam
Meu prato é simples, vazio e cheio de fome
Quero experimentar-te, rasgar-te e engolir-te
Selvagemente, sem controle, indomável
Expondo à todos, as tentações que nos cerceiam

Sou egoísta e me cago pra este fardo
Estou a léguas de distância das chances que desperdicei
O que pesa é o sentido da ausência, banhado pelo ódio de tudo o que não posso ter
Todas as marias, todo o ouro do mundo

Posso naquilo que vejo
Sou por aquilo que falo
E o que se vai está a salvo
E o que fica eu destruo

Porque amo
Porque odeio
Porque odeio por amar


segunda-feira, 6 de janeiro de 2014

Escadaria para o céu

Dois braços. Duas pernas.
Cabeça. Tronco.
Minhas mãos são pulsantes, inquietas.
O amargo desta história não é a forma como exponho o doce.

Abra as pernas.
Deixe-me entrar.
Vou devagar para provar a propaganda do seu exibicionismo.
No ponto final irei gritar.

Estamos suados, cansados.
Você viu ? Você sentiu ?
Não há motivos para todo esse alarde.
O que fizemos é de lei, coisa de animal.


domingo, 5 de janeiro de 2014

O menino da lua

E ele estava mais uma vez em dúvida. Devia exteriorizar toda sua gana ou resguardar-se temendo um possível erro ? Isso vinha o assombrando de uma forma muito mais grave do que se poderia imaginar. Balbuciou-se, inquietou-se, confundiu-se, decidiu-se. Ele fez tudo errado e gostou de ser assim. O erro passou então a ser a margem para suas ações, premeditadas pela vida em um mar cor de rosa. O que era de fora permaneceu irrelevante.

quarta-feira, 1 de janeiro de 2014

Feliz ano novo

Sinceramente, olhe para todos.
Julgue pelos olhos de quem crê.
Morra infinita, pelos traços de quem lhe compreendeu.
Estou longe de mim mesmo, preciso escrever.

Olhe só para você. Dois anos se passaram.
Nenhum traço de quem poderia me reconhecer.
Somos todos iguais nas festas de dionísio.
Vontades mundanas. Insanidade acerca de quem somos.

A velha utopia de tornar-se lenda.
Você está posta pelo espírito de quem tentou ser mais um cowboy.
E então cavalgue em prol de diamantes.
Sempre irão lhe envolver,  tentarão ao menos.

Sou lenda para quem me observa.
Estou posto para quem paira.
Enquanto eu tentar gritar por uma voz que não existe,
serei corpo de quem esteve ao alcance dos mortais.

Estendido aos pés de qualquer discípulo.
Ridicularizado pela tela de um sistema.
Estou enquadrado nas semelhanças dispersas de quem queria ir de fininho.
Enterre-me sem sentir o ardor de um corpo comum.