quarta-feira, 25 de dezembro de 2013

Rudolph é drogado

Pow pow pow. É tiro.
Kabum, raios e trovões.
Ho-ho-ho, puta que paril.
Papai noel está bebasso.

Dias de confraternizações exigem nosso melhor.
Vou falar do meu diploma, do meu carro.
Das coisas que fiz sem querer ter feito.
Preciso parecer grande perto de todos os feitos.

Sua roupa está amassada. Não serve.
Tem um furo nessa calça. Esse sapato está sujo.
Penteie seu cabelo. Use aquele perfume que te dei.
Meia noite, vamos rezar.

Eu quero que tudo se foda.
A porra toda. O menino jesus.
Dia 25 de dezembro eu comemoro a vida do porco que me alimenta.
Comemoro o álcool que me faz suportar o espírito de empatia por pessoas que não dou a mínima.

sábado, 21 de dezembro de 2013

Quatro degraus de escada

Pairo em dois mil e onze.
A velha escadaria do altar remoto.
Os velhos dias de descanso, as velhas buscas por ideias.
Os tragos do mesmo cigarro, minha velha utopia.
Dois anos se passaram.

As vontades mundanas se concretizaram.
Estou sóbrio de terra e por todos seus prazeres.
O câncer é o mesmo, o sonho é o mesmo.
As preces deste chão estão expostas
pelo exibicionismo de uma fé que é concreta.

A santa está trancada.
Intocável aos mortais.
Banhada a ouro e protegida à quem lhe serve.
Não há fogo, não há desejos.
Não há velas dos que creem.

Muito tempo se passou.
Muitas vidas me custou.
Permaneci na mesma pele para crer no que lutei.
Disperso em atos, preso em fatos.
Convencido do que sou.

A revolta perde vida quando adentramos à suas lacunas.
A verdade se modifica, se adequa à nossas vivências.
Não é medo. Não é mais fúria.
É o último ciclo de um lugar que estou cavando.
Não faço a mínima ideia de onde irei parar.

Sem receios.
O tempo existe para ser compreendido.

sexta-feira, 20 de dezembro de 2013

A experiência em seus tempos

No coito que emerge e borbulha em trapos de raiva.
Nas trilhas de orgasmos dos que mancham a pele.
Nas marcas de destreza.
Por quem nunca adentrou.

Longa essa corda que se trança em meus dedos.
A negritude em seu brilho, fino, do jeito que estou.
Palha esta corda em que vou, bem segura.
Clara, da cor que sou.

A estética dos modos que busco.
As pernas por formas que moldo.
Pura, em essência de espécie.
Vulgar, em todo corpo que toco.

Não disponha de primeira.
Não evite de terceira.
Aja no sentido de minha fala, na falha e na rouquidão.
Por tudo o que disser e pedir sua presença.

segunda-feira, 16 de dezembro de 2013

g

Capítulo 1 - Os Annales: A renovação teórico-metodológica e "utópica" da história pela reconstrução do tempo histórico.

O livro inicia questionando quais seriam as definições para um novo padrão de análise histórica, sobre as relações entre tempo histórico e conhecimento histórico. Neste primeiro capítulo o autor se põe a exibir as discernidades  nas quais as representações e hipóteses se apoiam, onde uma nova escola só pode ser considerada "nova" se apresentar uma outra e original representação do tempo histórico.

" Em que pode uma escola ser nova ou ultrapassada ? Costuma-se definir essa diferença como uma diferença de método: Novos objetos, novas fontes, novas técnicas, novos conceitos, novas instituições e obras e historiadores-modelo." Pág 9



Sobre os gregos, criadores da história José Carlos cita uma importante consideração acerca da intenção de escrita e análise, considerando-os como anti-históricos:

"Anti-histórico portanto, o pensamento grego mítico-poético e filosófico não trata do transitório, da sucessão, da mudança, do  mundo sublunar, reino da corruptibilidade temporal. O seu olhar e atenção estão voltados para o eterno. O mito libertava-se do evento e da mudança. Procurando manter-se na origem, no antes do tempo, buscando a eternidade no presente intenso do tempo sagrado do ritual, onde o atual reencontra a origem. A filosofia grega estava voltada para as ideias eternas, para os movimentos regulares, para o permanente, supralunar, único cognoscível, objeto de episteme." pág 11.



A escrita da história se dá pelo homem, que também se enquadra como objeto histórico. A história é um conhecimento escrito que pretende dizer a verdade sobre o mundo dos homens. O historiador deve ser  compromissado com a verdade, pois sua assinatura o tornará responsável pelo o que escreveu. José Carlos Reis cita Heródoto de Helicarnasso pela realização de mudança epistemológica substancial, onde a perspectiva do historiador deve considerar o homem um ser temporal, finito, instável e histórico. Tudo o que o homem produzir será "conhecimento da mudança", relatos de experiências de homens finitos em sua transição e experiência de finitude.

" Ao valorizar o passado, o historiador faz uma inversão em seu conceito. Para ele, o passado não é o que "não é mais" . ao contrário, ele é o que há de mais sólido na estrutura do tempo. O passado é existência conhecível; somente como "tendo sido" o vivido humano se dá ao conhecimento. O passado não seria uma queda ao nada, mas, ao contrário, uma passagem ao ser: Ele é a consolidação do ser no tempo, é duração realizada. Ele não é o que "não é mais". Mas o que "foi e ainda é". E como tal é conhecível e é a única dimensão conhecível do mundo humano, em suas relações com o presente. O objetivo do historiador é mediar um diálogo entre "vivos" e "vivos ainda". O que ele faz é conhecer, diferenciando-as, as durações humanas." Pág 12/13


O historiador tende a objetivar o mundo humano, organizar de certa maneira, ao ponto de distinguir, definir através de determinadas técnicas o modo como nos organizamos em vida. É através dessa "representação do tempo histórico", que a ordem dos processos, os próprios processos do homem em si ganham sentido e significado, onde primeiramente a percepção das experiências humanas aliada com a representação do tempo histórico organiza as percepções das experiências humanas.

"... pois a própria percepção só se daria no interior de uma  representação do tempo, sem a qual nenhuma "ordem" ou "forma" ou "intensidade" ou "ritmo" poderia ser percebida. A representação do tempo histórico é a condição subjetiva do historiador e da sua sociedade, sob a qual todas as experiências humanas podem se tornar inteligíveis. A história efetiva se realiza segundo certas representações da temporalidade. A percepção das experiências humanas não é jamais direta, imediata e muda, mas sempre articulada por uma "representação", por um ser simbólico." Pág 13/14



Sobre os Annales, José Carlos Reis diz que apesar das divergências de pensamentos e descontinuidade, a principal proposta foi a interdisciplinaridade, pois analisaram a história sob um ponto de vista influenciado pelas ciências sociais. A interdisciplinaridade, mesmo com toda a proposta de mudança, é referida como secundária no papel de importância, sendo a nova representação do tempo o carro chefe do movimento dos Annales, principalmente pelo fato dessa nova representação do tempo permitir a análise histórica sob influência da interdisciplinaridade.

" Eis a argumentação sobre o tempo histórico da linguística, da sociologia, da antropologia, da demorafia, da geografia humana, da economia, à qual os Annales das três gerações se mostraram sensíveis. E, para tornarem realizável a "troca de serviços" interdisciplinar, eles empreenderam a sua grande renovação, reconstruindo a representação do tempo histórico da disciplina histórica. Sob influência das ciências sociais, a história, antes, sob a influência metafísica da filosofia e da teologia, estudo exclusivo da sucessão dos eventos, da mudança da assimetria passado/futuro, com um final universal conhecido antecipadamente, será obrigada a incluir em sua representação do tempo a permanência, a simultaneidade." Pág 18.




Uma nova visão do homem passa a surgir, sustentada pela sua inovadora reconstrução do tempo histórico. A história tradicional era dominada  pelo tempo teleológico, enfatizando a história "acontecimental", frisada pela história política, ideias e biografias de grandes líderes. Biografias quais em sua maioria buscavam engrandecer o sujeito biografado na existência de seu tempo, sendo então, imparciais em sua escrita. Com os Annales, os registros passarão a ser relativos ao campo econômico-social-mental. Se referirão ao cotidiano dos que constantemente foram anônimos na história, à vida produtiva, às crenças coletivas. Os documentos usados como fontes para as análises passarão a ser listas de preços, de salários, séries de certidões de batismo, óbito, casamento, nascimento, fontes notoriais, contratos, testamentos, inventários.

" Os annales foram engenhosos para inventar, reinventar ou reciclar fontes históricas. Eles usavam escritos de todos os tipos; psicológicos, orais, estatísticos, plásticos, musicais, literários, poéticos, religiosos. Utilizaram de maneira ousada e inovadora a documentação e as técnicas das diversas ciências sociais: Da economia: arquivos bancários, empresas, balanços comerciais, documentos portuários, documentos fiscais, alfandegários; da demografia: registros paroquiais, civis, recenseamentos; da antropologia: os cultos, os monumentos, os hábitos de linguagem, os livros sagrados, a iconografia, os lugares sagrados, as relíquias, os gestos e as palavras miraculosas, a medicina popular, as narrativas orais, os processos da inquisição, os testamentos, o vocabulário, o folclore, os rituais; Do direito: os arquivos judiciários, processos criminais, arquivos eleitorais, correspondências oficiais, a legislação; da arqueologia, eles continuarão a utilizar as cerâmicas, tumbas, fósseis, paisagens, conjuntos arquiteturais, inscrições, moedas." Pág 23/24

"Portanto a grande renovação teórica propiciada pela reconstrução do tempo histórico pelos annales foi a história problema. Ela veio se opor ao caráter narrativo da história tradicional. Pág 25


Capítulo 2 - Debate fundador dos Annales -  História e ciências sociais.



Os Annales adotaram ao ponto de vista de sociólogos Durkheimianos, rompendo com a influência predominante da filosofia na escrita da história. A Nouvelle Histoire representou essa ruptura e o apoio teórico das novas ciências sociais. Segundo o autor, é  o homem que está dentro de suas realidades, produzindo a própria representação, além de suas necessidades e sentidos.

"... Essas três escolas possuem em comum a condição de inauguradoras do ponto de vista das ciências sociais: Não tratam tanto da consciência em si, isolada, mas das suas relações com as condições objetivas que, para uns, positivistas, a determinam, para outros, historicistas, a condicionam; para o marxismo, constituem-se reciprocamente." Pág 43



José Carlos Reis frisa em um ponto importantíssimo do livro a originalidade de Bloch e Febvre através da intuição da história positivista, pois iniciaram o resgate da história através da readequação a nova realidade mundial. Através dessas ideias se dá propriamente dita o nascimento da Nouvelle Histoire, que é a história sob a influência das ciências sociais. Para sua consolidação, são apresentadas três aspectos fundamentais aos quais a história deveria se direcionar para legitimar-se no âmbito de ciência social. São respectivamente: Abandonar o ídolo político, o ídolo individual e o ídolo cronológico.

" O objeto do historiador, deveria ser, agora, a vida das massas anônimas, seu processo impessoal de decisão e pressão históricas, suas formas coletivas de produzir a vida e consumi-la. " Pág 63


Capítulo 3 - O surgimento da escola dos Annales e o seu programa.


Neste capítulo o autor dá ênfase a Nouvelle histoire, no sentido da aproximação da história das ciências sociais, para que ela se renovasse, se atualizasse, se tornando também uma ciência social. Essa influência das ciências sociais fez com que a história rompesse com uma longa tradição e se renovasse completamente.

" A história conduzida por problemas e hipóteses, por construções teóricas elaboradas e explícitas, é, sem duvida, uma nova história. O historiador mudou de posição e de disposição. " Pág 75

" A história deixou de ser uma empresa intuitiva, fundamentada em a prioris indemonstráveis e passou a ser "comunicável", criando as condições de uma "intersubjetividade." Pág 75

José Carlos Reis apresenta o método retrospectivo, na dialética do presente com o passado, que consiste em procurar explicar o mais próximo pelo mais distante, com o passado legitimando o presente pois este o preparou.

"... Bloch propõe que o historiador vá do presente ao passado e do passado ao presente. O historiadores tradicionais dividiram o passado, objeto da história, do presente, objeto dos sociólogos, jornalistas, politólogos, que jamais abordam o passado. Bloch pelo ir e vir do historiador do presente ao passado, sustenta que o historiador não deve ser um pesquisador de origens. "


Capítulo 4 - As diversas fases da escola dos Annales: Continuidade ou descontinuidade ?

Conforme apresentado logo no início deste trabalho, José Carlos Reis vai tratar do tema da descontinuidade com um problema. Entendemos que Bloch e Febvre trouxeram de novidade, a compreensão de temporalidade histórica. Com o sucesso do projeto a revista esteve sob os holofotes do mundo acadêmico, porém não apresentou um crescimento imediato. No período da Segunda Guerra funcionou de maneira extremamente precária, mas de modo suficiente para dar continuidade. Mudou de nome e se adequou às realidades momentâneas de seus períodos de existência. Foi após a segunda guerra que a revista se legitimou e de certo modo "venceu a batalha" contra a história tradicional.

Acerca do que possa caracterizar a denominação de descontinuidade atribuída por José Carlos Reis, segue o importante trecho abaixo:

" A nouvelle histoire não quer elaborar visões globais, sínteses totais da história, mas ampliar o campo da história e multiplicar seus objetos. Radicalizando o projeto dos fundadores da ligação do presente ao passado, a história toma um próprio presente como seu objeto e quer produzir um conhecimento do imediato. Objetos que jamais foram considerados tematizáveis pelo historiador entram em seu campo de pesquisa. Novas alianças são feitas: Com a psicanálise, a linguística, a literatura, o cinema. A história se interessa sobre sua própria trajetória e amplia o espaço da "história da história". O historiador novo se interroga sobre sua profissão, antecessores, obras clássicas e transitórias, sobre as condições teóricas. técnicas, sociais e institucionais dentro das quais ele produz o conhecimento das sociedades passadas. A orientação principal, que domina todas as outras, é fazer a história que o presente exige."



Capítulo 5 - Sobre a identidade ideológica dos Annales: A polêmica e uma hipótese.

O trabalho produzido pelos integrantes do movimento dos Annales é de certa forma hegemônico pois se põe acima de tendências partidárias ou filosóficas. Os Annales buscaram a independência de qualquer crença, ideologia, igreja espiritual e política, fazendo uma história com orientação tecnocrata e autônoma.

" O projeto da modernidade é parcialmente conservado, portanto, mas seu lado utópico-revolucionário abandonado.
   A hipótese que apresentaríamos, então, para situar a Nouvelle Histoire, seria essa descrição da tendência neoconservadora, feita por Habermas. " Pág 156

“Além disso, a nouvelle histoire contará com a vantagem com a qual tinha contado também a história positivista, para manter tantos anos no poder: a estrutura centralizada da universidade francesa, que permitia a difusão por todas as faculdades das ideias da nouvelle histoire e o controle por ela dos lugares decisivos. Era uma ideia nova, adequada a um novo mundo.”  Pág 162

Capítulo 6 - Annales e Marxismos: Programas históricos complementares, antagônicos ou diferenciados ?

Nesta última parte de sua obra, José Carlos Reis debate problemas como o Marxismo vulgar, tido como derivação das teorias de Marx. Sobre os Annales, caracteriza o movimento como não homogêneo exatamente pela distinção e diferenciação de suas três gerações.

" A sobrevivência ou não de ambas as escolas depende do desdobramento que a história vai encontrar para o impasse "projeto moderno" versus "pós-modernidade". Pág 189

" Os "críticos críticos", e Habermas em particular, preferem manter a confiança e o otimismo em uma história sensata, defendem a linguagem e a vontade de sentido contra a ação sem linguagem e legitimação, que é a violência muda e a vontade de potência." Pág 190






domingo, 15 de dezembro de 2013

Diário de flâneur

Um dia novo com cheiro de interrogação
O estômago queima pelos goles de pinga da noite anterior
O céu não mente, é hora de ir embora
Sou cão de vagabundo, é pra rua que vou

Meu fardo de filho da puta já não pesa
Meus proveitos, minhas vontades
Meu estigma está intacto
Concepções exteriores não o interfere

Não entenda, não peça
Não tente, não faça
Preste atenção em meus olhos
Eles é que nunca irão mentir

Tive braços e pernas a postos sob a aceitação de quem tentou me reger,
Quando planos delimitavam as rédeas do meu espaço
O ardor latente vicia, por mais autodestrutivo que possa ser ou parecer
Pra puta que paril todas as antecipações

O fiapo da corda que me prendia arrebentou
Vou flanar em todas interrogações possíveis


quarta-feira, 11 de dezembro de 2013

Peso pra papel.

E por muito tempo desejei a morte.
Instantânea, sem aviso.
Flertei com a sorte me enfiando no azar.
Completamente calmo, em prol da transição.

Mas hoje, na metamorfose das experimentações, me reconstruo de conceitos.
Quero ir embora consciente. Experiente em todas as décadas de mortes.
Doutor de todas as horas de espera. Ancião de todos os saberes.
Sagaz, num corpo limitado.

Por dias que terei. Por ares que provarei.
Carcumido, corcunda, quieto e impenetrável.
No silêncio da eternidade, na memória de meu tempo.
Pois já me tranco no meu quarto sem viver os meus fracassos.



quinta-feira, 5 de dezembro de 2013

Duas décadas

Ladrilhos cantam ao som dos meus pés 
em desvios que se formam pela plenitude em existir.
Na idade do piche que cobre a terra 
o ancestral ascende na vontade de mudar.

Não vai mudar porra nenhuma.
Espere que a terra lhe cubra.
Espere que o tempo lhe dissolva.
A terra é morte, casa de desgosto.

Durma na rua.
Durma bem longe.
O mar de rosas afoga.
Estou disperso, estou inconsciente.

segunda-feira, 25 de novembro de 2013

A fé do ceticista

De joelhos
sobre o assoalho de um velho cômodo
Dou e sou
voz dos ensejos que me cegam
da esperança que se desespera
na intenção de legitimar-se real
Oh pai
Oh céus.

Ergo minhas mãos
acato à devoção
não há toque
não sopra o vento
ninguém ouve
ninguém vê
É para eu sentir apenas

A graça
a qual julgo inacessível pela vida dos mortais
é posta em contrapeso às promessas
às matérias todas
à abdicação
o preço da minha inutilidade
é eu desfazer-me por outra inutilidade
sou um produto de discursos
sou um mercado para ideologias

minhas preces
são subterfúgios para nós que eu mesmo posso desatar
a voz que indaga as conquistas
não se proclama pelo o que não é palpável
pois o cheiro de deus escorre em minha pele na forma de suor
pois o templo sagrado é minha própria cabeça

Em meu nome
Em meu nome de novo
E do meu nome novamente
Amém

sexta-feira, 1 de novembro de 2013

Era tudo o que eu queria

O homem não está bem.
Cambaleia, trança as pernas, gagueja em qualquer palavra.
Todo o espaço foi ocupado para suas regalias.
No chão, as calças.

A cama quebrada em pouco tempo de uso.
Portas grandes o suficiente para enlouquecer todo seu supérfluo.
Roupas usadas para ostentação.
Adereços de que visavam status.

O homem se senta. Pensa.
Qual o sentido para toda a exterioridade ?
Qual o sentido do convívio ?
Não há respostas.

A embriaguez tinha propósito.
Prosperar em momentos de levitação.
Aguardar para agir no abraço tão esperado.
Chegue bem perto. Mais perto ainda.



quinta-feira, 31 de outubro de 2013

O homem que controla o tempo

Todas as posses postas em uma balança
contraposta pelo peso de toda a atenção desperdiçada
segundo após segundo
dia após dia
em trapos e pilhas de ambição

Boca que amarga o gosto do que era doce
sedenta por chances
desesperada demais pra esperar
em mais um dia no sofá
mais um jogado fora

A persistência que fere o palpável
nas metáforas sobre dádivas, sobre dons de quem almeja
em tempo contra peso
do esvair em esquecimento
para pairar a tortura em sua forma mais extrema

Mas
vou falando fingido
fingindo que faço
fingindo que sou
porque quero tudo, inclusive o que finjo ser.

domingo, 27 de outubro de 2013

Estou dentro

Dois lados tremem.
Um grito perfeito vindo do céu.
Desespero que bate forte.
Você que sabe como usar, saiba que é pra todo o caminho.

Durma pela pele que esbranquece.
Um de todos, por todos de uma vida.
Individualmente pelo o que puder fazer de errado.
Toque como gênio.

É forte e eu provei para saber.
O meu pra sempre está a três passos de distância.
Inocente, pelo erro que caleja.
Dentro.

Certo, errado.
Tempos de crenças e definições.
Limites que possam completar.
Não há sentido que descrava o que sinto.


domingo, 20 de outubro de 2013

Clara latência

Fale como quiser, agora estou ciente. Concentre seu discurso de desespero em ombros que possam lhe aguentar. Você sabe. Papel enrola fumo, os dedos se trançam estressados.  Você dança como pede a erva. Trago os meus olhos vermelhos, da sujeira que me secou. Trago meu fedor de negro, meu fedor de vagabundo. Foram tempos cantados por todos. Foi o hino dos tempos de altura. A escada incandesceu, resolvi pisar. Adeus nuvem, vou descer.
Braços abertos para possibilidades de experiências. Concreto, em busca de extremos sentidos. De qualquer gosto que possa arder, por qualquer cheiro que possa afastar. Toda estima de bom senso para toda adição possível. São dosagens de perdas que você controlará. São estigmas ignorados que você viverá. A música que toca agora parece ter sido sentida a muito tempo. Não era claro o bastante mas era ela e eu sei disso. Por mim. Por meu velho e bom egoísmo. Por estados que pretendo experimentar. Sigo nessa passagem. Sigo nessa transição. Fecho aqui o livro que abri.


sexta-feira, 13 de setembro de 2013

Anedota pra quem fica

Dorme agora.
Aflige suas cargas, destrói o peso que carrega.
Aberta como pernas de puta, arde em fedor, não assente pra fechar.
Minha ironia.

Volta e meia se abstém por vergonha em demonstrar seus erros.
Erros perfeitos de quem soube experimentá-los.
Sobre a cama, sob efeito.
Canta meus olhos, canta meus pés.

Longe agora em parcelas de distância.
Continuo na mesma casa.
No mesmo portão.
No mesmo ninho.

Você sabe o caminho.

sábado, 31 de agosto de 2013

Ágora de intensos

Os laços voltam , peles colhem.
Plebe de braços.
Guias de portos.
Perto por uma distância.

Treme o grave que encosta em nossos sensos.
Você está de que lado ?
Nos desencontramos em nosso próprio espaço.
Você saiu como corpo de avulso.

O extremo do meu poço me encobriu.
As portas das saídas se fecharam.
Estou trancado dentro de mim mesmo.
Preciso ir embora, venha me buscar.

E é agora que lhe pego lendo e me sentindo.
Era por tudo o que eu disse.
Por todas as vírgulas que esqueci.
Você saiu correndo.

Fuja.

quinta-feira, 29 de agosto de 2013

Ampulheta

Disparos.
Projéteis
Vem forte.
Explode.

Preto. De conceito.
Subversivo. Imprudente.
Posto pra sanar. Apto pra conter.
Não encoste, afaste-se.

Não cubra com presença, deixe o zero envolver.
Permita a eclosão mas não construa sua casa.
Um gigante que ocupa nunca cede ao que lhe prende.
Esquinas nascerão, atente-se.

É pra fora desses olhos.
É pra baixo destes ombros.
Vista o véu pra cerimônia, dê os passos da vergonha.
Hoje é um novo dia e hoje não tem céu.


quinta-feira, 15 de agosto de 2013

Queira passar

Portas de desencontros sob nossas circunstâncias de escrita.
Deixei o tudo de meu nada pelo cheio do seu vazio.
Não me importo com aparências.
Nunca se descuide sobre o que é interno.

Aprendemos de fato a sermos o que queremos.
Palpitaremos, sempre, vagarosamente, acerca do que nos remete a emoções.
O sentido do que faz valer não pode ser medido por qualquer comparação ou tentativa teórica.
Será o que tiver que ser.

Não se preocupe por tudo o que você não pode ser.
Não se desespere por não se sentir presente ou válida.
Caminhe conforme seus passos seguem.
Dance conforme manda sua música.

Não há palavras que possam lhe moldar.
Nunca haverá nada que possa lhe parar.

quarta-feira, 14 de agosto de 2013

Diário de pedra

Apalpe as costas com a força de uma nova ideia.
A mão escorregará para eternizar na memória um dia de ultimato.
Pelos sedentos que nascem em prol do aprendizado.
Pelos aprendizes que nascem pacientes descobrindo o ensinamento.

Era volta, renascimento, que cabe em revolta,
que fica em suspiros por não ceder à ignorância.
Moléstia vai, em prol do que cabe de novo e bom.
E tudo se enche de supérfluos e inchaço causado por extremidades pequenas.

Longe de uma ponta que concentra o que não nos cabe,
nos antecipamos em algumas curvas.
Recalculando.
Com precisão. Por aqui.

Em qualquer estrada o caminho estará errado.
Em qualquer céu bateremos asas ao encontro do nada.
Possibilidades improváveis, contestadas, contrariadas,
ao qual o erro ficou como verdade.

Hoje, o que vejo, não existe, por ter tentado criar algo que minhas mãos conheciam.
O que era pouco, deixou de ser. E a abundância do que sei, guardarei comigo.


terça-feira, 13 de agosto de 2013

Por outras

Dispa-se em minha presença.
Deite-se ao meu lado.
Olhe minhas mãos, estou lhe tocando.
Olhe minha boca, estou lhe beijando.

São tempos em que me desconheço.
Era pé, era mão, qualquer milímetro de corpo.
Coesão de coragem, incerteza sobre o que cuspir.
Foi ?


Os sentidos palpitantes cederam aos entraves.
Os desejos de propriedade cederam aos padrões.
Longe de qualquer impaciência.
É pelo velho e bom acaso do meu tempo.
É tempo que ninguém viveu.

quarta-feira, 10 de julho de 2013

Teorema de animal

Mil fatos que provam o não
contrariados pela insistência de uma possibilidade.
Trezentos e sessenta graus finalizados.
Perca tudo.

Vá reto, de encontro ao quebra carcaças que lhe envolverá.
Curve-se ao que vem pra lhe atingir.
Deite-se ao relento quando necessário.
Explore tudo.

Horas de um tempo que nos engaja em ansiedade.
Ouvidos ardentes por cada palavra que não nos interessa.
Fique, supere toda impaciência.
Preste atenção.

Trancar-se em conjunto é escolha.
Pela comunhão de vontades e ideias que te faz ferver.
Pobre de nós, esperançosos, que não nos atentamos a ebulição,
envoltos na mesma fumaça que dispersa nossos sentidos para aquilo que está secando.
E de repente, foi, secou.




segunda-feira, 8 de julho de 2013

Pepita

Em plena fossa abissal onde me encontrava embriagado
tive o prazer de desconcertar todas as definições de relação do nosso tempo.
Foi onde agi a vontade, sem pressão pra que eu me tornasse um troféu de estante.
A rosa choveu, caiu em cheio pelo meu interesse carnal.

Expectativas que deviam se cumprir foram quebradas sem nenhuma perspectiva.
Sem rótulos, sem paradigmas.
Quando há honestidade em mostrar quem você é de fato, há reciprocidade.
Sem demagogias, sempre por respeito.

Estenda os braços e abrace o mundo.
Do pouco que pude lhe ensinar talvez o principal não tenha sido notado.
Amor existe no plural e é impossível na singularidade.
Você emergiu e agora é livre.

Garimpei a pepita que agora brilhará aos olhos de quem souber apreciar seu coração.




sábado, 29 de junho de 2013

Toxithy Enofx

Com dez pedras pretas pelo par de um rumo não ciente.
Com mil lentes cegas e sujas sempre ao som de um eco forte.
No que consiste em pele, é hábil, é quente.
Mas pera lá, entenda o rasgo pois o tiro queima.

Quer entrar ?
O tempo aqui é seco.
É fumaça de um trago que corrói.
São todas as coisas que levantei e permaneceram estendidas.

Com dez rosas podres pelo gole inconsciente.
Com mil esboços de sorrisos pelas fotos que enganam.
Não há queda que me faça não andar.
Debruçado, esclarecido. Poxa, é verdade.
O tempo aqui já deu.

De fininho e totalmente desastrado.
Só mais um tropeço pra que eu possa conseguir cuspir.
Pigarro e rouquidão, é gente distante pra caralho.
Ah, só mais uma vez.

É pelo o que você não quer.
É por todo seu desvio.
Essa arte que transborda é um grito aflito de quem está desesperado.
Desesperado pelo o que ?
Pelo espaço de quem já está de saco cheio.

Não tente abrir o que é concreto.
Não queira nadar no que é sólido.
É impossível duas pedras se preencherem.



quarta-feira, 22 de maio de 2013

Desculpe-me pela sujeira

Podre por orgulho em negar-se a modos que moldam.
Ostentar uma vida de exibicionismo para olhos que enxergam o que lhes convêm.
São passos dolorosos de autoconhecimento, dados em um chão de desprezo.
Você, não importa.
Por você, não importa.

Não suficiente por integrar-se intensamente dentro de si,
estaremos confusos por nossas revoltas.
Revoltas longes de nossos socos.
Socos que nunca alcançarão o sangue que desejamos.

Não há música que lhe faça continuar.
Não há amigo que lhe faça insistir.
Não há palavra que possa lhe convencer.
Não há voz que alcance sentido auditivo nos corpos que desejamos.

Encontramos erros através dos nossos próprios pensamentos.
A hipocrisia baterá sempre em nossa porta. Julgaremos sempre por nossas visões.
Não existe certo. Não existe errado.
Existem sim.

Por que é que continuamos pisando ?
Mas é que tudo continua, num passo atrás do outro.
Nosso senso é adestrado por limitações que buscam desesperadamente a domesticação do tempo.
Não há sentido algum.
Nos invalidaremos e sabemos disso.

Fisgue o mundo com isca de malandro.
Desesperar-se é ignorância.
Insistência é fugir de linha breve.
Poxa vida, ai vem o desastre.

Chão.
Abaixo.
Coma, terra.

Confirmo aqui meu egoísmo
no conceito de vivência que me define autoritário.
De tudo o que sinto, somente a mim isso importa.
Não há alma que se sinta limpa.

Faço questão de ir, por conta própria.
Independentemente do estopim  ou de um gatilho em minha cabeça.
A arma estará sempre em minhas mãos.
Não entenda.

domingo, 19 de maio de 2013

Infinito de um metro

Uma velha e burra intriga que nos resume a restritas áreas de aprendizado. Focamos demasiado tempo em uma vertente momentânea. Nos aprofundamos em tema singular, acomodador pela complexidade em se desatar laços passivos de impulso. O ser, baseado na busca de um ímpar, estabelecendo-se em um simples resumo de um algo só. Um. Sou um, não dois, nem três. Sou um. preciso ser um, não dois, nem três. Sou três, sou sete, sou mil. Sou tudo. Quero ser tudo, de tudo, em tudo, pra tudo. Não há sentido quando desfrutamos do possível pra ser completo, mas buscamos no vazio do único o preenchimento de nossos próprios vazios. Vazio é vazio, sempre vazio. Zero. No passo seguinte ao vá hesite o há. Há apenas. No próximo pisar diferencie-se abraçando o ser em tudo por tudo. Pra abraçar o mundo você precisa senti-lo.

quarta-feira, 15 de maio de 2013

Entrelinha

Demônios de todos.
Bárbaros, contidos.
De margens sórdidas ardentes, de margens frias.
Os conheci por cada metro e vomitei por todo canto.
Vivi de tudo.

Meio humano, meio homem.
Animal e pensante.
De instinto e planejado.
Fui de tudo.

Harpas, gritos.
A definição que apropria o preto de ruim.
Do absoluto lado branco, mãos lavadas.
É guerra prometida de tiro que sai por bem pra matar tiro que sai por mal.
Eu vi de tudo.
Tem de tudo

De todo o tudo, nada fica.
Nenhuma ressalva.
De esquerda ou direita, cima ou baixo
Nada presta.

O canto calado que urra o hino inexistente.
Neutralidade, abstenção.
Saco cheio.


quarta-feira, 17 de abril de 2013

O geral de uma hipocrisia subliminar


Esse nosso "outro lado" aos meios de comunicação considerados alienadores, chamado internet, onde existe um discurso de "liberdade" acerca da escolha do conteúdo de nosso gosto, de certa forma nos prende sim. E muito. A Internet também é usada para alienação ? É claro, assim como qualquer outro veículo de comunicação em massa. Mas quando ? Em qual escala ? O tempo todo, em escala mundial. O pior de tudo é exatamente o discurso de liberdade que este veículo nos promove. Essa nova forma de alienação é fruto de uma escapatória nossa em relação aos tradicionais meios de comunicação. E consegue piorar. Nós é que vamos atrás. Aqui é mais fácil de se conseguir atenção. É um celeiro perfeito, pois além de vermos a continuação da propaganda que nos impõe a uma vida de vícios superficiais, nós mesmos criamos nossa própria propaganda superficial fazendo com que a outra pessoa engula tudo isso.  O mesmo espaço que usamos para desfrutar de uma imagem de revolta é o mesmo em que queremos transparecer nossas qualidades, num atropelamento de tudo o que temos de ruim. Ah mas é claro, se existe a possibilidade utópica de sermos perfeitos obviamente vamos aproveita-la, e foda-se o que tivermos que fazer para  transparecer o quanto somos perfeitos. Isso aqui é um sonho. Somos a geração revolucionária de clicadores exibicionistas. Não digo isso sob total convicção dos fatos, liberdade é liberdade. Onde um caga o outro se limpa, mas, meras exceções.
Tudo e principalmente a tv, nos transformou em um esgoto. Somos educados para a busca da mesma saciação de escatologia que o tão "distante e atrasado" tempo dos picos rotineiros de audiência televisiva praticava. Aquilo que é pretexto pra nos ocupar é o excremento de ridicularidade que nos prende em frente a uma tela. Sem hipocrisia, estamos todos, na medida do possível agindo sob determinada alienação. É coisa de ser humano porra.

sábado, 13 de abril de 2013

Minhas apologias

Sua face em movimentos de falácia.
Sua auto-opressão é convívio com o supor.
A merda expurga em forma de palavras que saem de sua cabeça.
Você não pode me enxergar.

Mexa-se alheio, puramente em toda força de ódio.
Deite-se com o peso do mundo em suas costas.
O passo que lhe bloqueia ao próximo lado
desdém de sua própria insegurança.

Sua cabeça fraca quer falar.
Sua cabeça é fraca e quer falar.
Conserva, priva.
Ecoa gasoso ao trago,
efeito de vossa podridão.

Assente-se ao espaço que lhe remete,
permanecendo do outro lado do que lhe faz.
Inveje a nós felizes.
Você não difere.

Ó sinapse interrompida.

domingo, 7 de abril de 2013

Porta fechada

Aqui ?
Meu chão terra é de pixe.
Meu ar mãe é de fumaça.
Esse meu cheiro é essência câncer.

A casa, a rua.
Alicerce, podridão.
Quando por gosto buscamos a distância do lar.
Quando por desgosto o caminho para o lar é tido como volta.

Não sou poeta.
Não sou artista.
Nunca fui rei.
Nunca fui santo.

Volto sempre, pela tentativa que falhou.
Existindo e querendo o viver.
Aqui ?
Sim, pode ser.
Vou ficar por aqui mesmo.


quarta-feira, 20 de março de 2013

Mundo


Invenção programada.
Um mastro que balança ao comando de um pensamento.
É vento, feito de propósito.
É tiro, intencionalmente disparado.
Confuso, por nos enganar acerca de nós mesmos.


Liberdade em teste.
Suspiros em falso, nada o para.
São nossos sonhos, 
feitos para nos enganar, com o propósito de nos transformar em escravos de nós mesmos.

É mundo.

Muro branco

Aonde está o que eu havia escrito ?

O amigo levou.
A sombra companheira presente em disfunções,
pelos passos entorpecidos sorrateiramente.
É chão.

O fúnebre cuspido de seus olhos
me mostra o quão longe você foi.
É admirável ver seu corpo caminhando por conta própria.
É abominável ver que essa sua caminhada é para baixo.

E o que é que eu havia escrito ?
O muro é branco, vazio por conta própria.



domingo, 17 de fevereiro de 2013

Feto afeto

Corjas discentes às surpresas bem-vindas.
Heresias que nos fazem falhar.
Você se lembra do último abraço ?
O pai que vai.
A mãe que insiste.
Acalmem-se.

Sei onde estou.
Conscientemente na força gravitacional dos passos que calço.
Sei pisar.
Mas mãe, não sei sobre o fim.
Mas pai, não sei ficar.

O que me pesa jogo fora.
De um lixo luxuoso ao que possuo.
Pobre distância que nos enlouquece.
Moldes que nos enquadram.

É incrível desconhecer-se.
Habitar um corpo sob a sensação de estranheza.

Mas pai.
Mas mãe.
Isso é medo ?

terça-feira, 12 de fevereiro de 2013

Data nova

Entenda o que corre ao desprezo. Tudo em conceitos, vinculados a seu círculo de tradições. O passado em palavras vitalícias nos confunde. Damos as mãos ao desespero. Abraçamos o nada simbolicamente aos atos aclamados sob circunstâncias vistas. Em palavras fáceis, do outro lado ao meu corpo é que te vejo. Acabaram-se os abraços de um tempo simples. Aos fatos que te levei, lhe vejo distante. Taxados fitinhas engajadores de defeitos socialmente  conturbados, julgadores de status e modelo de convivência. É por ai que você se encontra. Faça seu teatro enquanto puder e aproveite, a queda do palco será o resto de sua vida.

sábado, 5 de janeiro de 2013

Morno Sádico

Adentre o véu da cópula.
Abrace o ato de início.
Em um instinto negado
pela pregação ao adorado.

O super ao qual aclamamos,
o maior das nossas utopias.
Aos passos que legislam em seu mando,
obediência a tal abstinência.

O voto perpétuo de suas palavras.
A jura pela solidez.
Foi-se pela fraqueza.
Foi-se pelo ato em ser humano.

Penetrações sadistas.
Quente, adentro.