sexta-feira, 28 de setembro de 2012

Backspace

Parou próximo,
distante de sanidade.
Desconhecido de tal dom.

Eleva o ego,
agora estranho, artificial e normal.
Não entendem a sombra.
Nunca entenderam a sombra.

Sou estranho,
da tribo dos comuns.
Da tribo dos normais.
Persistência ao fervor de pensamento menosprezado.

Toca piano.
Ele caiu.
Caiu dois.
Relógios morreram.
O tempo esfarelou.

Por aqui muitos passam.
Impressionam determinada platéia,
cantam do mesmo coro.
Cabeças ancoradas na passividade pronta e acomodada, aplaudem.
Artistas ideais formados no credo vazio e mal-trabalhado
 do estar apenas momentaneamente.

De acordo com o que se preza.
Convicto de veracidade.
Não era e sempre estarão errados.
E pelas mãos que passaram por seu rosto,
tudo acabará na saudade do ontem.

Chora coro.
Esqueça logo mais.
Da terra, pela terra.
Ao chão pertenço e lá estarei.

Dons ficarão,
igualmente aos ossos que hoje me sustentam.
Por pior que transpareça ser minha essência.

O muito será pouco.
O mais será preciso.
O sempre será breve.
O nunca será sólido.

Aos cérebros que alimentei,
estive digno ao quão me dediquei.
Insisti, persisti, acreditei.

Orgulhar-se do quadrado asfixiante.
O meio envolvente e traiçoeiro.
Passei batido.

A sombra do manejo esperado, talvez eu não tenha sido.
Cresci torto ao reto do desejo.
Curvado pelo peso de bom senso.
Aclamado pelo mísero mal intencionado.
Mas fui.

No intenso eterno permanecerei.

segunda-feira, 24 de setembro de 2012

É hora

Estende, inclina, suspende e segue adiante. Numa distância de poucos centímetros. Cautelosamente na soma de um esforço, ao todo estarei distante. Tracionados involuntariamente com o gesto amedrontado de uma falta de opção, mantenho-me estreito e calado assim que passo a incorporar o cenário do novo conturbado. Olha mãe, a senhora tinha razão, eu fui muito ingrato. Nunca desrespeitosamente,  fui carne acomodada. O pai que se esforça sangrando suor por obrigação. O herói maior de um exemplo que me faz calar. Minha miséria é pedra, minha vontade é vento a meu favor, a escuridão incerta é meu caminho. Ele sempre muito pai. Ele sempre muito firme.

De volta a miséria. De volta a fome. De volta ao futuro. E antes que qualquer raciocínio me faça abrir a boca, enxergo nessa lama o ouro.

terça-feira, 4 de setembro de 2012

Grato

Estranho. De tal sujeira que advém de um mal burguês. Olhe agora, veja o que visto. Moda pra quem não crê, moda pra quem nunca seguiu. Dite suas regras, descreva feitos engrandecidos para impressionar. Sempre cai o certo, sempre cai o fato. Olhos brilham, peito aperta, pulsa longe de qualquer discrição. Estou distante, por mais perto que esteja. E não importa do tamanho que seja medido, igual é, a desavença de minha ausência de fé. Cru, nu e verídico. Pra tal feito, nunca estarei são. A luz que nos engana arde a carne, pura desilusão.