sexta-feira, 29 de junho de 2012

Indireito

Disseram que não. É proibido, você não pode fazer. Cospem medo pela ausência de auto controle. Pessoalmente cada um deveria saber do seu. O limite, máximo e ápice. Agem por qual voz ? Não experimentaram a ausência parcial. Não obtiveram sequelas paranoicas. Não estiveram em uma singularidade absoluta. O que você faria por você mesmo, enquanto nada mais o impede de que você seja você mesmo ? Você por você. O corpo dói nas marcas da ausência. O desespero que apela a uma última vez. A última vez que sucede a uma próxima última vez. Não tem fim. Abstinência da pureza inalada enquanto fomos o branco. Quero ser. Me deixe ser. Quero fazer, quero de novo e de novo. Alheio ao que sinto, digo que todos vocês, inexperientes à picada doce que cobre o cérebro, jamais poderão ser ou querer ser o concreto de um ato que nos impeça. Em nossas mentes, em nossos corpos. Por nossas almas, por nossas escolhas.

quarta-feira, 27 de junho de 2012

Vaca Hindu

Babo minha raiva, de uma forma vergonhosa. Respinga, e é claro, a gravidade promove o contato com o chão. Um belíssimo piso, limpo, de dar inveja. Brilha mais que puta no carnaval. E é tão comum perceber que você se orgulha em ter pago por cada centímetro. Só não tente nos privar dos movimentos que nos permite ir e vir. Este belo chão, que você trocou por pobres pedaços de papel, é comum aos nossos olhos. Eu não posso ser o chão, portanto não me interessa admirá-lo como propriedade. E eu que aos seus olhos não possuo nada, piso em seu chão com os mesmos pés que já pisaram na merda. Fique com o abstrato de seu chão, que eu fico com meus passos.

quarta-feira, 6 de junho de 2012

Ele

Errei o lado.
Bati na porta errada.
Comi da terra estranha.
Quebrei o espelho ao lado.

Existe feito robô.
Faz por obrigação.
Não há revolta.
Não há problemas.
'Sim, ok, está tudo bem.'

Ele odeia dizer sim.
Ele odeia as cordas que o faz de marionete.
Ele odeia por não ser o que poderia.

É cedo e eu empurro a verdade.
É distante e eu não entendo.
Não sou eu mas tomo as dores.
Me desculpe.

Seu porque secreto,
seu motivo.
Desconhecia.
Insensível sou, por não viver em sua pele.
Você merece meu respeito.

domingo, 3 de junho de 2012

Suid

Baratas tão imundas.
Munidas de rejeição.
A casa não aceita,
mas era só coragem.

Caminham em meus restos.
A verdade que fui.
O fato que me tornei.
Não posso não querer.
Não existo.

O furo que me fez.
O furo que abri.
Voei de encontro ao que era.
Atinge e lamento.
Tarde demais.

Quero mas não posso.
Não posso por não querer o bastante.