sexta-feira, 11 de maio de 2012

Kon

Cresceu no cérebro.
Doeu no peito por dias de infelicidade.
De igual ao nada,
absorvi o pouco ouro pelo abundante podre que havia.

A pele queima.
Risadas provocam sua inferioridade
até o momento em que você percebe que é igual.
Corri por muito ao abstrato.
Errei por muito ao verdadeiro.
Do irrelevante me desvenciliei,
pairo agora na facada do possível.

Dei forma ao sonho.
Dei tempo por crer.
Fiz do talvez a possibilidade.
Lutei e luto.

Real, sempre abaixo do esperado.
A sensação de não ter feito o perfeito,
a calma por ter sido por inteiro.
Me dediquei, de igual por igual.

Nossas utopias foram sangue.
Correram por um pulso em uma única finalidade.
O problema foi novamente o tempo.
Tempo.
Sempre tempo.

Talvez uma esperança.
Ao menos a cara doeu,
pois o tapa que precisávamos foi dado.

quinta-feira, 3 de maio de 2012

Icita

Pulsa frenético agindo descontroladamente.
Eu ainda quero, por mais perdido que esteja.

 A pouco percebi
que em ouvidos bem dispostos minha falas caíam.
Bem encaminhada era minha voz.
Eu tinha público e não parava no fato de somente o ter.
Eu o usava a meu favor.

Foi fácil exercer ações com um porque intencionado.
Fiz o não ser sim.
Fiz o nada ser verdade.
Fiz pernas se abrirem com um discurso manjado.
Assim como vinham, iam fácil.

 Provei de tudo que pude forçar.
Insisti até uma última gota de sorte.
O abismo era o oposto do real.
Distante estive pra cair por tentação.

De volta, novamente ao velho.
De uma queda considerável,
talvez merecida a cada centímetro que manipulei.

Continua pulsando, descontroladamente.
É eterno.
Mas agora verdadeiro.