quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Uma Rosa

Como um soco no mundo o laço simples fez unir. Nada extravagante, nada de extraordinário. Ela só quis viver o comum da vida esquecida. Ambições morreram por ela ter escolhido o amor. Abdicou-se de qualquer outra vida pela fé em um marido, pela esperança nos filhos e pela gratidão aos pais. Ah, é claro, seu Deus corria forte em seu sangue. Pra ela era como uma espécie de combustível.
Dia após dia, na calma de anos monótonos, viu a vida exercer o tempo. Foram-se os filhos lhe restando o fim dos tempos com o marido.
Ops, um engano, o fim não era agora. Chegou Larissa, a filha que surpreendeu. E lá vai Rosa com mais uma cria. Uma nostalgia real. Alegria pela casa, era isso que faltava. Larissa trouxe sorrisos antigos a tanto esquecidos.
O tempo seguiu com seu trabalho. Aquele papo de se preocupar com a saúde passou batido e esse foi o erro. O diagnóstico tardio pro crescimento de células desordenadas em sua cabeça nos fez iniciar a dura contagem regressiva. E que regressão maldita.
Os espinhos de rosa machucaram à todos. E das nove flores no jardim, será Rosa a primeira a murchar.

É complicado admitir, mas em questão de dias minha tia morrerá. Esse texto é pra ela.