terça-feira, 28 de junho de 2011

Abstinência

A luz de um túnel cada vez mais estreito
ilumina agora somente minhas mãos.
Rasgos pessoais por vitrines superficiais.
Fumaça e liberdade,
tragadas por desleixo.

A cada risada um certo desespero.
O medo em machucar,
pela vontade em prosseguir.

É aquele peso que atrapalha.
É experiência morta por não ter me feito bem.
Ensinou-me a ser escravo,
ter vergonha por ter feito.
Mas aqui ao meu encontro,
nada tem me satisfeito.

Diferença pisada por meros semelhantes.
Sensação distinta prisioneira e agoniante.
Os passos tremem de incerteza.
Tenho medo do que fui,
e incerteza porque fui.

Minha renúncia voluntária
ao qual chamei de necessário,
me traz fome de saudade
do taxado, do vazio.

Faz bem, faz mal.
Mãos aflitas pela minha abstinência.