sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

spoondumblum

A velha chata e insensata: - "Filho da puta eu vou chamar a polícia".
Sua tradicionalidade é que me envergonha.
Uso piercing e alargadores, não sou pior que você.

Eu posso ser minhas vontades,
mas meu problema é você e sua intenção em cuidar/conter as minhas.
Seu jesus cristo é um lixo.
Prefiro cuspir no chão e palitar meus dentes.
Tanto surpeficialismo por absolutamente nada.
Você masca hipocrisia,
saboreia rancor,
e engole orgulho.
Você tem o pior cocô do mundo.

Velha e chata sim.
Sou mal criado, desgraçado, filho da puta.
Sou a deterioração moral, e talvez sua vergonha.
Odeio suas caretices, seu papo sobre sofrimento, filas de banco.

Acho merecido esse seu câncer,
e digna a sua catarata.
Dou risada do jeito que você anda.
Faço xixi na sua calçada.

Sofra por repulsar.
Sinta a picada em sua língua.
Falar, julgar, mandar. Não é direito de ninguém. Ninguém !

Seu mundo se fecha,
e cada vez mais você morre.
Seu cérebro nunca nasceu,
ora morreu precoce,
por esse farto preconceito.

Conservadorismo de merda.

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Novo mundo

Enterrado.
Bem abaixo, em minha tumba.
Larvas fartas me consomem.
A caixa preta me abriga.

Lembrei do dia em que chorei pra não morrer.
Sorri por quando ainda podia ter calor.

O homem se deitou.
Fez seu mundo e descansou.
Viveu de tempo por convívio.
Limitado pela dor.

Abaixo, ao frio.
Devastado por ter sido .
Ausente de alma,
pelo nada em seu vazio.
Lamento aos que ficam,
mas o extremo alcancei.
Vontades feitas e desfeitas.
Todo medo que enfrentei.

Histórias,
somente o que restou.

Abaixo em minha tumba.

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Guerra de Deus

Pisando em podres caveiras,
insanamente, um povo impune.
O velho jogo de discórdia,
A velha honra em não perder.
Mentira de merda.
Conformismo em se erguer.

Bastaram tiros,
para a glória então reinar.
Orgulhar-se da desgraça,
da matança por Allah.

Pobre fraco aniquilado,
caminhou pra não chegar.
Em vão portou a arma.
Mal sabia disparar.

Aonde está seu Deus ?
Aonde está a porra do seu Deus ?
Ele te viu caindo ?
Ele sentiu sua dor ?

Arrancando sua vida,
lhe pisando com coturnos.
Chora o homem pau mandado,
Com o sangue desprezado.
Essa guerra é por seu Deus.

Grite o livro sagrado.
Apele o anjo que lhe guarda.
Demônios lhe roubam,
pra que seus olhos se fechem.

Ao final do mundo,
sua mediocridade por morrer.

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Santzollin

Homens.
Exigências de convívio, conhecimento, relacionamentos. Necessitamos experiências. Conquistas e principalmente fracassos.
Realidades desconhecidas provam nossos comportamentos imprevisíveis, logo não sabemos quem somos.
Limitação é o que nos priva do que posso chamar de "experiência perfeita", a qual nos daria o direito de nos definir psiquicamente afirmando o que somos.

Nossa honestidade de abstração regressiva soma muito a nossa confusão mental. Impulsos, improvisos, talvez o que sejamos.

Maturidade então é nosso ápice psicológico devido a breve definição de nós mesmos, relacionada a tudo presenciado, vivido. Porém não é o suficiente. Nossa incerteza e complexidade arruina qualquer direito de julgamento ao ato de conclusão humano.

Não existe uma auto-suficiência de definição a quem somos. E talvez seja essa uma de nossas dádivas, o incerto. Buscas por sobrevivência exige a sede de nos descobrir.

O que temos sobre nós mesmos, repito, são breves definições de experiências vividas, não havendo um geral, não incluindo um futuro.

Somente a morte nos dá o direito de conclusão. Somente a morte por ser o fim, permite a resposta sobre quem somos.

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Pupa que virou larva

Sr. Fidélis.
Saiu de casa bem vestido,
tradição a suas vestimentas.
Seu broche monárquico,
suspensório e chapéu.

Pobre bengala.
Amparando a fragilidade.
O tempo contado,
por rugas no corpo.

Histórias bem ditas.
Vitórias, conquistas.
Passo a passo,
seu pouco ao fim.

E foram guerras,
Milícias, Governos, ditadura.
Seus casos de orgulho.
Seus dias de herói.
Passos, tiros.
Sua então experiência.

Inesperadamente,
vestia um terno.
Portava o bottom do exército,
em chapéu couro de lebre.
Saiu pensando em sua volta.
Dormiu pra sempre,
em sua caixa de madeira.

Silenciosamente,
na calma,
em dia pós dia,
sua hora veio.

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Meu clichê

Era madrugada. Quase 4 horas, e não havia sono.
Senti fome. Preparei um sanduíche com as sobras do café. Não estava de acordo, mas pouco me importei.
De volta ao meu quarto, a potente e comovente voz de Layne Staley, era "Bleed the Freak". A vontade de meu vício novamente me venceu. Perdi minhas mãos. Abri minha mochila, e em sua parte mais secreta, retirei meu Dunhill. Haviam 3. Junto ao maço, retirei meu isqueiro, e com um movimento de meu polegar, acendi minha fraqueza.
Sentei-me do lado de fora de minha casa, no jardim, ao lado de um pé de arruda. Olhei ao céu, fixando minha mente, e lamentei o pouco tempo que iria descançar.

Detesto meu emprego. Detesto pessoas folgadas. Detesto esse meu esforço. Faço isso por dinheiro. Hoje é esse o preço da minha cruz. Suporto reclamações que a mim são injustas, suporto o cheiro deteriorante de bicabornato de sódio. Suporto pesos valorizados de cilindros, talvez até mais do que eu. Suporto acomodados que se beneficiam de meu esforço. Tudo pra que eu compre merdas inúteis.
Trabalhamos em empregos que odiamos, pra sustentarmos nosso consumismo. Um par de tênis, ou um chapéu, pelo preço que custar não conheceu o meu suor.
E de saber que essa é a chance, indignadamente devo baixar minha cabeça.
Lamento não poder mais escrever.
Meu emprego me chama, extintores me esperam.

domingo, 9 de janeiro de 2011

Mais um

A fé de mais um dia,
nossa graça em estar.
Tudo o que erramos,
hoje em risos.

Desespero em agradar.
O próprio corpo secundário.
Acreditamos no destino,
por julgarmos nosso agora.
A desgraça impondo o medo.
O medo nos moldando.

Fortes no contexto de vivência.
Experientes por sermos livres.
Cuspimos em nosso hoje,
esperando o amanhã.
Pisamos em esforços,
raramente percebidos.

Menosprezo.
Ambição.
Nosso tempo surpreendente.
Inclusos ao desnecessário,
generalizados a tudo de ruim.


Perder agora,
ou talvez sempre.
Cagamos ao que não nos convém,
pouco importando a quem seja.

Agradeça a verdade.
Estamos vivos,
pela sorte ou por destino.

quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

Respire

Desconforto.
Nossa mente impaciente.
Despercebidamente,
matamos cada boa ação.

Raiva,
incompreensão.
Sentimentos de revolta.
Tudo nos consome.
Passamos a olhar somente aos nossos pés,
jurando individualidade.
Agimos da maneira mais egoísta possível,
Desejando insucesso
a cada indiferente que nos cruza.

Nos deparamos cegos.
Incapazes de sorrir.
De maneira covarde,
maltratamos nossos anjos.
Ausentamos virtudes.
Descontrolamos nossa calma.

Ao final de um choro,
o injusto que causamos.
O pior nos consumindo.

A qualquer mal,
não se admire.
Cuspa o ódio que te mata,
antes que seu dia termine.

segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

Burocracia

Mostre-me seu sangue.
Fuma maconha ?
Cigarro ?
Você não serve.

Confiabilidade nula.
Justo a poucos.
Honestidade inexiste.
Importam com cifras,
e seu status.

Mente farta de conceitos.
Cansaram a vontade.
Desconfiaram de sua mentira,
querem saber se enganas verdadeiramente.

Pague meu preço.
Faça do meu jeito.
É o sistema.
Prove-me sua vida,
que lhe entrego o desejado.

Não aceitamos piercings,
muito menos tatuagens.
Caráter pouco importa,
o preconceito é pessoal.
Não se vive livremente.

sábado, 1 de janeiro de 2011

Maldito S/A

Sentei-me em um recanto, onde encantadamente a natureza prosperava.

- Olá senhora cobra. Observo sua raiva por minha presença. Diga-me, não sou digno de estar aqui ou tentador à sua vontade ?
Sem resposta alguma, fui atacado. Indignado, retirei suas presas do meu rosto. Em seguida, percebo movimentos. Ao verificar, encontro um escorpião. Antes que sofresse outra investida traiçoeira, me recolhi de modo seguro a outro recinto que por hora, parecia de paz.

Gritei alto :
 - Somente busco a calma. Somente busco a vida. Verdadeiramente. Como deveria ser. Por instinto. Pelo cansaço de mal-feições causadas por um pedaço de papel.

Sentindo-me inseguro, entrei naquela mata. Quando me sentei por ali, tudo o que desejava era ter consciência das verdades. Uma mata prospera a verdade. Prospera o destino sabiamente conhecido. É chão igual pra qualquer verde. Envolvi meu corpo à arvores devido ao desgaste insensato, o desgaste causador, desgaste por vidas esquecidas. Vidas que quis e não quis. Vidas distantes, vidas tão próximas. Animais me entenderiam por serem somente instinto. Animais me acolheriam por não entenderem preconceito. Animais não me julgariam por não viverem em classes sociais. Toda essa ficção forjada e manipuladora, chamada de mundo, atira no próprio pé. Animais me entenderiam então, por serem irracionais.

Meu desfecho ? Temos de pior, primeiramente, nosso vício de bem-estar. Nos prendemos a um certo materialismo, do qual passamos a julgar necessário. Apanhamos principalmente da realidade, na busca ambiciosa, supérflua, que julgamos ideal. Somos parte da carne que mata por papel. Somos parte do mesmo sangue derramado inocentemente. Em todo injusto, nos encontramos incluídos. Em cada arrependimento, perdemos a chance de não termos feito o que deveríamos fazer. Estivemos todos nós sempre distraídos.

"Sou uma gota D'água. Sou um grão de areia." No acerto de uma bala perdida, buscamos a culpa aonde jamais haveria a coragem em disparar. E na vontade de julgar, primeiramente olhe a um espelho. Sustentamos esse vício. Sustentamos o certo. Sustentamos o errado. Somos o mundo.