terça-feira, 29 de junho de 2010

Depressão

Sem vontade pra futuro
e nem tempo pro agora,
eu escondo o que me dói.
Que não arde só meu corpo,
evolui,
me queima a alma.

Lágrima burra,
fiz cair por culpa minha.
Confinamento próprio
Abstinência do que tinha.


Eu só quero não lembrar,
esquecer, poder voltar.
Ser a vida não visível,
deixar meu mundo abdicar.


Surrealismo encantador,
mentiu pra mim, virou minha dor.
Exibicionismo tímido,
enganou minha humildade,
por trás era arrogância.
Orgulho fútil,
que no fundo era medo de não ser notado.

Só não deixe a emoção tirar seu corpo.
De resto aprenda,
e faça jus.
deixe de sentir,
e seja por RAZÃO !

sábado, 19 de junho de 2010

Queda

mendiguei minha esperança
pra poder sentir a fé.
E foi só fé.
Esperei, e só caí.

Perco hoje a coragem pra voltar ao velho medo.

Vou sorrir por simpatia
só pra não me apegar em ninguém, aprofundar em ninguém.

Minha fé fez ironia,
se fez de fé pra ser somente.

Enterro junto o meu ânimo
e cuspo em cima da emoção,
que me fez sentir o mal,
por esquecer de ter razão.
Esperto é quem se cala,
evita crer no não.

Também tiro minha máscara,
pois não sou o que faço.

Vou deixar de fazer rir,
já que deixei de me sentir.

domingo, 13 de junho de 2010

Pra quem acha que é bom

Quem é você pra falar de vida ?
se a vida pra você, vai ser só sua.

Se ser bom é ter bons modos,
pegue minhas palavras
e as enfie no seu cú !

Cansei de ouvir a voz gritar.
Dizer que viu o que acontece,
querer mostrar o que é errar.

Cansei de sentir o olhar desanimado,
o dedo apontado.
Por me ver e me achar tão fracassado.
Todo o meu melhor,
veio pelo inesperado.

Acredite em mim!
Exemplo alheio é só exemplo.
Fato próprio, é só o nosso.

O meu tempo passo eu.
O meu caminho faço eu.

E isso não é revolta.
É consciência.

quarta-feira, 9 de junho de 2010

Pai

Pois é pai.
Eu tão diferente.
Nunca bom,
ou bem como você
sou talvez o que não queria.

Talvez seu erro quanto a mim
tenha sido a liberdade.
Foi por ela que errei,
foi por ela que apanhei.
Mas seu pecar em me deixar ser livre,
trouxe muito do que ganhei.

Corro atrás do meu caminho,
por mais que doa em você.


Eu que nas maiores oportunidades
fui pra todos um desgosto,
que ao seu olhar,
eu, nunca tão certo,
e pro seu jeito, eu tão errado.
Sou com todos meus defeitos feliz por quem sou.

Já tentei ser diferente.
Já fiz muito só pra lhe agradar.
Fingi ser quem por bem não era,
pra sentir você me amar.

Me perdoe por eu não ser o ideal.
Me perdoe, por eu ser talvez seu mal.
Eu queria poder te dar orgulho,
mesmo à você eu não sendo igual.

Mas, por pior que eu seja Pai,
por você eu oro,
por você eu amo.

quinta-feira, 3 de junho de 2010

Sou

Sou o erro da curiosidade.
Sou o livre do meu mundo.
Sou o incerto do pensamento,
que pensa,
pensa, mas não age pro julgado "acerto".

Sou a depressão pós droga.
Sou a realidade sem Deus.
Sou a esperança ausente de fé.
Sou o honesto da frieza.

Eu sou o erro.
Eu sou o incerto.
Eu sou o comodismo.
Eu sou o rosto limpo com cicatrizes de quem deu a cara a tapas.
Mas sou um erro consciente.
Perdi meu medo de ter medo.

Na busca pelo acerto,
eu sou o mal que busca ao bem.
Eu sou o erro porque penso,
e por pensar, não sei quem sou.

No final,
somos almas julgadas,
de um ex corpo,
então pó.

Vale mesmo ser o certo de uma sociedade ?

Ninguém escreve a própria morte, pra só ser o que lhe falta.

Ninguém sente um outro coração,
ou muito menos uma outra razão,
pra poder dizer o que é certo então.

Quem foi acerto ?

Pensar por si mesmo, é egoísmo.
Pois diante do seu agir, ferido fica quem te ama.
Mas se não for esse egoísmo, não faremos nosso caminho.
E ao ver seu corpo em pó, se arrependerá de não ter sido uma metamorfose.

terça-feira, 1 de junho de 2010

Ovelha Negra

Estranho,
complexado,
incompreensível,
mal amado.

Será você um motivo de desgosto,
por não ser o certo e dar ouvidos a coragem.
Será você um poço da desgraça,
que aos olhos do "correto" é taxado de anormal.

Meu rosto errado,
transmite a honestidade de ser sincero à quem eu sou.

Prefiro ser essa ovelha negra que ao seu gosto erra,
e ter orgulho de mim mesmo,
que me arrepender de ser o "certo ideal" na sua sociedade.

Louco mesmo,
é quem procede o normal.
E lá no fundo da alma,
aprisiona a coragem de ter coragem,
e ser quem tem vontade.